Safra de Grãos 2020/2021 tem estimativa de crescimento de 13,1% no estado
Principais grãos cultivados em Minas são milho e soja que, conforme a Seapa, juntos representam 90% do total produzido
Minas Gerais prevê alta de 13,1% na safra 2020/2021 em comparação com a safra anterior, com previsão de uma produção de 17,4 milhões de toneladas de grãos. O número foi divulgado no 8º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na última quarta-feira (12/5).
Além do volume da produção, também houve aumento na área destinada ao cultivo, que atingiu 4 milhões de hectares (+14%). Já a produtividade sofreu uma ligeira redução, de 0,8%, registrando 4.368 quilos por hectare. De acordo com a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Creuma Viana, os principais grãos cultivados no estado são milho e soja, que, juntos, representam 90% do total.
Ainda conforme o levantamento da Conab, a produção total de milho no estado (1ª e 2ª safra) está estimada em 8,7 milhões de toneladas, um valor 15,5% superior à safra passada. O crescimento se deve à ampliação de 20,5% da área destinada a este cultivo, devendo alcançar 1,4 milhão de hectares. Ao mesmo tempo, para a produtividade é esperada uma redução de 4,1%, registrando 6.161 quilos por hectare.
Em Minas Gerais é cultivado o milho 1ª e 2ª safra, com estimativas de produção de 5 milhões e 3,7 milhões de toneladas, respectivamente. “Os preços do milho se mantêm elevados no mercado, devido à baixa oferta. Segundo o Indicador do milho ESALQ/BM&F/BOVESPA, na primeira semana de maio os preços chegaram a patamares recordes, alcançando R$ 101,56 a saca de 60 quilos”, detalha Creuma.
Produção recorde de soja
Com a colheita já finalizada, a produção de soja mineira alcançou 7 milhões de toneladas, um recorde histórico com crescimento de 13,8% em relação à safra 2019/2020. Este aumento pode ser explicado pela ampliação de 15,3% na área plantada, que totalizou 1,9 milhão de hectares. Entretanto, a produtividade sofreu uma redução de 1,3%, com 3.697 quilos por hectare.
“Os preços da soja no mercado nacional seguem em alta, influenciados pela alta dos preços internacionais e pela desvalorização do real. Segundo a Conab, em abril, no mercado internacional, houve uma elevação dos preços do óleo de soja, devido à forte demanda, principalmente, de biodissel”, complementa a assessora técnica da Seapa.
Somente de janeiro a abril de 2021, Minas já exportou US$ 27,4 milhões em óleo de soja, um crescimento de 1.232% em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume embarcado deste produto foi de 23,5 mil toneladas, um número 636,8% superior ao mesmo período de 2020.
Outros produtos
Com uma produção total (1ª, 2ª e 3ª safras) de 556 mil toneladas, o feijão tem previsão de crescimento de 0,1% em comparação à safra 2019/2020. O aumento ocorre apesar da redução de 2,1% na área plantada no estado (338,5 mil hectares), uma vez que é esperada uma elevação de 0,8% na produtividade, com 1.643 quilos por hectare.
A produção de sorgo na safra 2020/2021 deve alcançar 812,3 mil toneladas, um crescimento de 3,8% comparado à safra anterior. Se confirmada a projeção, este será um novo recorde histórico. A área plantada obteve incremento de 5,5%, devendo chegar a 211,7 mil hectares. Para a produtividade é esperada uma redução de 1,6%.
O amendoim tem previsão de aumento de 34,7%, com uma estimativa de produção de 6,6 mil toneladas. A área plantada teve expansão de 29,4%, passando de 1,7 mil hectares na safra 2019/2020 para 2,2 mil hectares na safra 2020/2021. A produtividade deve crescer 3,6%, alcançando 3.013 quilos por hectare.
Um grão que apresentou previsão de incremento de 700% foi o girassol, em uma produção que deverá atingir 1,6 mil toneladas. Este resultado se deve principalmente ao crescimento, também de 700%, na área destinada ao cultivo, que passou de 0,1 mil para 0,8 mil hectares. A produtividade também deve subir em 15,2%.
Para os demais grãos (algodão em caroço, arroz e trigo) a tendência é de queda na produção em relação à safra passada. O algodão em caroço terá redução de 20,8% (127,6 mil toneladas); para o arroz, a redução da produção será de 20,7% (6,5 mil toneladas); e, para o trigo, estima-se queda de 4,4% na produção (217,1 mil toneladas).
Fonte: Agência Minas.