COVID-19: SESAU estima que vacinará cerca de 74 mil moradores
Foto: ASCOM
Aproximadamente 35% da população unaiense já tomou a primeira dose
Um levantamento da Secretaria de Saúde disponibilizado na ultima quarta, 30/6, apontou que mais de 26 mil pessoas em Unaí já tomaram ao menos a primeira dose de uma das vacinas disponíveis contra a covid-19. Esse número representa aproximadamente 35% do total de maiores de 18 anos estimados para a imunização em Unaí. No início da semana passada, o município iniciou a vacinação das pessoas por faixa etária (menores de 60 anos) que estão fora dos grupos prioritários.
“Nossa situação é muito boa”, avalia a coordenadora do setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Adriane Araújo se baseia no cronograma do Ministério da Saúde para comemorar os números da vacinação em Unaí. “A meta do Estado era terminar o mês de junho vacinando a faixa dos 55 aos 59 anos. Em Unaí, fechamos o mês vacinando o pessoal de 51 anos. Estamos muito bem”.
Segundo Adriane Araújo, a meta de vacinação ultrapassou os 100% previstos para o grupo de pessoas idosas. E vacinou todas as pessoas com comorbidades, profissionais da saúde, da educação, das forças de segurança que constavam de listas e apresentaram documentação comprobatória de sua condição profissional.
Houve atraso na vacinação da população “fora dos grupos prioritários”, por faixa etária?
Com a aplicação da primeira dose da vacina nos grupos prioritários, a população “comum” esperava iniciar logo sua imunização. Porém, antes que isso ocorresse, outros grupos “foram estabelecidos” pelo cronograma do Ministério da Saúde. Então, não houve atraso. Houve interposição de novos grupos “prioritários”.
“Quando a gente estava terminando de vacinar o grupo da educação que trabalha nas escolas e o pessoal das forças de segurança pública, saiu uma resolução, ou nota informativa, do Ministério da Saúde colocando o segmento industrial, de transformação e beneficiamento como grupo prioritário ‘seguinte’ para tomar a vacina”, recorda Adriane. Isso explica o motivo pelo qual funcionários da Coagril, Piracanjuba, fábricas de laticínios e de ração da Capul, fábrica de ração União e outras do segmento foram vacinados antes. “Havia uma lista com o registro das empresas classificadas dentro dos critérios do ministério. Trazia o código das empresas. Checamos tudo isso na Prefeitura e obedecemos ao estabelecido”. A lista contemplava ainda a vacinação de funcionários dos Correios, Cemig, SAAE.
Foram muitas as reclamações, mas a coordenadora justifica: “Em Unaí, estamos seguindo à risca as determinações do ministério, para depois não termos que responder ou sermos responsabilizados por sair do cronograma. Sob a minha coordenação, não vamos correr esse risco”.
Para se resguardar, a Secretaria Municipal de Saúde arquiva cópias dos laudos apresentados por pessoas com comorbidades e listas (com cópia da documentação) dos profissionais que vacinaram “prioritariamente”. Tudo devidamente registrado.
Respeitar quem trabalha na aplicação das vacinas
Há quem esteja forçando a barra para ser vacinado fora do cronograma, tentativa de furar-fila, o que não é aceito por quem respeita o cronograma do ministério. “Aí ofendem as servidoras que estão trabalhando nas unidades de vacinação”, revela Adriane. Segundo observa, houve até quem rasgasse o contracheque e jogasse nas servidoras, porque se achava no direito de tomar a vacina no momento em que desejasse. “Não pode ser assim”, reitera a coordenadora.
“Ninguém será contemplado se não estiver no cronograma”. Se a pessoa tiver dúvidas, é só procurar os cronogramas do Ministério da Saúde e certificar-se se pode ou não tomar a vacina.
Por outro lado, assegura Adriane, qualquer cidadão que estiver na sua vez de vacinar (obedecendo ao cronograma) e apresentar a documentação exigida, será vacinado, sem dúvida nenhuma. Nessa condição, ela afirma, “ninguém vai negar a vacina a essa pessoa”.
Outra situação é a pessoa querer escolher a marca da vacina a ser tomada. O município não garante essa prerrogativa a ninguém. A orientação é aplicar a vacina disponível na unidade. Adriane justifica: “Quando começamos a aplicar um tipo de vacina (a CoronaVac, por exemplo), esgotamos todo o estoque, só depois começamos a aplicação de outro tipo (a Pfizer, por exemplo)”. Tal decisão assegura melhor controle sobre estoques e facilita o planejamento da aplicação da segunda dose.
Restrições de marca de vacina somente em um caso, envolvendo gestantes. Autoridades sanitárias recomendam que as grávidas evitem ser vacinadas com a AstraZeneca, porque a bula da vacina não libera o uso em grávidas. Um caso de morte de gestante no país está sob investigação.
Reações depois da vacina
As vacinas contra o coronavírus são muito “recentes”, foram concebidas a toque de caixa para tentar conter infecções e enfrentar a aceleração de hospitalizações e de mortes. Algumas pessoas têm reagido aos efeitos do imunizante, situação considerada normal por Adriane, pela reação significar o organismo criando anticorpos para combater o “invasor”. Sintomas leves equivalem a reações normais.
Reações mais graves, por seu turno, precisam ser reportadas à unidade onde a pessoa se vacinou. “Uma dor de cabeça muito forte, dores intensas pelo corpo, febre alta, sintomas que põem a pessoa de cama, precisam ser comunicados”. Reações muito fortes, no entanto, são mais raras, segundo ela. “A maioria apresenta sintomas dentro da normalidade”.
As reações à primeira dose, segundo Adriane, não devem afetar a decisão da pessoa de tomar a dose complementar, pois só assim ela estará efetivamente imunizada contra os efeitos mais graves da covid. Quando toma a primeira dose, a pessoa já recebe o cartão de vacina com a data que deverá retornar para a segunda aplicação. Até o momento, apenas a vacina da Janssen garante imunidade completa com a aplicação de apenas uma dose.
Do ponto de vista médico-científico e de autoridades sanitárias oficiais, todas as vacinas disponíveis (em Unaí: CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen) garantem a proteção necessária para evitar o agravamento dos efeitos da doença. Depois de imunizada, por qualquer vacina, a pessoa poderá até se infectar com o coronavírus, mas desenvolverá sintomas mais leves da covid. E isso, é claro, resulta em redução no quantitativo de internações hospitalares ou de ocupação de leitos de terapia intensiva.
Informações emitidas por entidades científicas e pelas principais agências oficiais de saúde nacional e internacionais asseguram que a vacina é a única forma segura de garantir a imunidade coletiva, sem a resultante de inúmeras mortes. Para isso, no entanto, pelo menos 7 em cada 10 pessoas precisam estar vacinadas.
Enquanto não ocorre a imunização em massa contra a covid, mesmo os vacinados precisam continuar usando máscaras, evitando aglomerações, mantendo o distanciamento e higienizando as mãos (lavando com água e sabão ou esfregando-as com álcool em gel).
Matéria produzida pela ASCOM/PMU.